Numa tarde serena, quase se pondo o sol... deslizava entre ilhas uma barcaça com vários passageiros... entre os quais um bushi (samurai) japonês, famoso na arte de desembainhar o sabre (Iaidô). No meio de todos, um jovem descortinou-o, e ansiando por fama dirigiu a palavra ao mestre, rapidamente juntando tons de desafio. Sereno, o bushi resistiu à tola verborreia, à insenta e vaidosa fanfarronice do neófito. Porém, a insistência e zomberia do destemperado rapazola, ajudado por gestos, acabou por perturbar a a população da embarcação, de modos que o samurai acabou por aceitar o desafio.
Porém impôs uma exigência... a de que o duelo não poderia ser alí na barcaça, não apenas por falta de espaço mas também pelo perigo que poderia resultar para a integridade física dos outros passageiros. Sugeriu uma insula alí perto. O atrevido aprendiz de sabre aceitou e, logo que o barco tocou as ervas e limos da pequena ilha saltou para a mesma preparando-se para desembainhar a arma.
O samurai ajudou-o na tarefa com um certo empurraozinho e, logo que o sentiu com os pés em terra impulsionou a embarcação no sentindo contrário, continuando dentro da mesma.
O jovem incauto ficou sozinho na insula, esbracejando, combatendo com o vento, sozinho, como o verdadeiro tolo que era.
E o samurai continuou a viagem, com o sabre embainhado, como é próprio da mestria na arte do Iaidô.
Porém impôs uma exigência... a de que o duelo não poderia ser alí na barcaça, não apenas por falta de espaço mas também pelo perigo que poderia resultar para a integridade física dos outros passageiros. Sugeriu uma insula alí perto. O atrevido aprendiz de sabre aceitou e, logo que o barco tocou as ervas e limos da pequena ilha saltou para a mesma preparando-se para desembainhar a arma.
O samurai ajudou-o na tarefa com um certo empurraozinho e, logo que o sentiu com os pés em terra impulsionou a embarcação no sentindo contrário, continuando dentro da mesma.
O jovem incauto ficou sozinho na insula, esbracejando, combatendo com o vento, sozinho, como o verdadeiro tolo que era.
E o samurai continuou a viagem, com o sabre embainhado, como é próprio da mestria na arte do Iaidô.
A inteligência revela-se em pequenos grandes actos inesperados.
ResponderEliminarOlá amigo do.......
ResponderEliminarParabéns pelo blog, adorei a história e a lição nela contida, fico a aguardar por mais, e lições sobr o chá também.Como presente de boas vindas deixo-te as palavras de um escritor que adoro. Fica bem.
POEMA DA DESPEDIDA
[Mia Couto]
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.