domingo, 18 de novembro de 2012

Aqui, nos himalaias de mim mesmo... vivo o (des)apego à humidade cálida do chá... escutando os ecos das violências...
mizu no kokoro... a quietude mental desejada, perturbada pelo restolho do animal social, quão serenos são os cães, resta optar entre o ser-se espelho ou ser-se lente.
Recordo o aforismo de Lao Tseu... "se um mensageiro passar a correr em frente à minha porta direi que aquela carta não é para mim".
Vislumbram-se actualmente mensageiros que correm nas mais variadas direcções... temos de estar atentos e serenos, observando as terminações dessa teia tecida por tantos artesãos... alguns que deveriam ser os nossos principais defensores e são eles próprios que urdem os vectores de maior violência, como seja a injustiça social, a falta de emprego decente e derivados.
Diz-se que o primeiro milho é dos pardais... que é como dizer que a primeira violência explicita é dos vadios e parasitas... é certo que quem primeiro ocorre a seguir a fanfarra são os putos e os cães... é o natural. Mas quando o evento fica e se adensa também se rende o pasmo, os tendões embrutecem e o homem social se torna mais animal. Violências atraem-se, hiperbolam-se ou, no mínimo, tendem para se harmonizarem... como as trovoadas.
S.O.

1 comentário:

  1. O mastro alabardado pedra a pedra.
    O osso oceânico e difícil.
    O útero da terra aonde medra
    o fácil e o fóssil. Ou o míssil.

    A missiva missão. Massiva horda
    num tutano de cinza que não chega.
    O nó. A nau. A primitiva corda
    para subir ao alfa, não ao ómega.

    Aconselhar um deus a fazer fumo
    que identifique, humana, outra paisagem
    onde a saudade firme caia a prumo.

    Dispensar ao piloto a homenagem
    de nunca ter escolhido qualquer rumo
    mas sempre o lugar certo de passagem.

    Joaquim Pessoa
    Sonetos Perversos

    ResponderEliminar