No dicionário de Jaime Coelho, o autor apresenta a seguinte tradução para Wabi e Sabi:
wabi2, o gosto refinado da simplicidade. Sin. Kanjákú. vd. sabi
sabi2, 1 A pátina. Loc. ~ ga tsuku, Ganhar (ficar com) pátina.
2 O que foi formado (amadurecido/embelezado) pelo tempo. Loc. ~ no aru koe, A voz forte (bem formada). 3 A simplicidade elegante (beleza clássica/amadurecida) «do "haikai" de Bashô». vd. wabi
Como se pode constatar, o próprio autor remete o leitor de um termo para outro, reciprocamente.
Como que podemos dizer que Wabi começa onde termina o Sabi e vice-versa. E esta reciprocidade, integradora, esta dialéctica harmoniosa, de prática e sentimento da serenidade e do contentamento com as coisas simples, é muito típica das artes nipónicas.
Esto gosto pela contemplação das belezas simples é essencial na Arte do Chá e consequentemente no Cha-no-Yu... mas pode igualmente ser observado no Ikebana, nas artes marciais, no Tiro Zen, entre outros.
Para muitas pessoas, enquanto observadores do exterior, o cerimonial do Chá parece relativamente simples de concretizar com perfeição. Uma vez iniciados na prática constatam que, pelo contrário, a perfeição não é nada fácil... e afigura-se até impossível. Questionam, por vezes, se vale a pena continuar, perante a dificuldade ou "falta de jeito"... É então o momento adequado para meditar sobre o que é mais importante nesta arte, nomeadamente wabi, sabi e kokoro/kimochi (sentimento)... o coração (kokoro) deve preceder a técnica (jutsu).
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