Visitei recentemente a Gorreana, em S. Miguel, exemplo praticamente único do cultivo da camellia sinensis (planta do chá) em Portugal e pensei em quão diminuta é essa produção, tendo em conta o facto de o nosso país ter sido o introdutor da bebida no continente europeu, via Macau. Certo que essa introdução não se fez através do cultivo (isso muito mais recentemente) mas apenas do fluxo de mercadorias provindas do Oriente.
Sabe-se que a planta não se dá de igual modo em qualquer parte do planeta e que encontrou nos Açores condições minimamente favoráveis ao seu medro. Mesmo assim, sobretudo na conjuntura da globalização e de crise em que se vive, a sua existência em S. Miguel, em moldes quase familiares e semi-mecanizados, veste-se de uma persistência digna de realce... que se conjuga muito apropriadamente com a veneração pelo chá e seus derivados.
Mesmo não se apresentando o Gorreana sob a forma de macha, a degustação introspectiva, meditativa ou mesmo meramente social de infusões das suas apresentações (quatro tipos, entre o verde e o preto) afigura-se-nos interessante e acrescentadora dum maravilhoso toque de gosto português... que não se deve desprezar.
Gasshô.
S.O.
Gasshô.
S.O.
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