Naquele dia o mestre de Judô reservou boa fatia do treino para o exterior, desafiando a classe a o acompanhar numa corrida pelos caminhos tortuosos da localidade. Para além do olhar aparvalhado dos indígenas, pouco habituados a ver uma corrida de pijamas, ou de seminaristas, e até houve quem pensasse que de sandokans esotéricos (...), os próprios alunos se dividiam interiormente, entre o achar a experiência lógica e benfazeja e os que não entendiam a loucura delirante do seu líder.
A certa altura, entre tojos, musgos e pedras, o mestre trpeçou e entrou em franco desiquilíbrio. Aproveitou entretanto a oportunidade para executar um exemplar zenpu-ukemi, evitando arronhões, entorses ou maleitas afins. Reparou entretanto que toda a classe o imitou.
Mais à frente o terreno evidenciou-se lamacento e escorregadio. De tal modo que, qual casca de banana, em certo momento o mestre quase que caiu novamente mas, desta feita, conseguiu, embora com grande dificuldade, manter-se em pé. Ao chegarem ao sossego do dôjo os discipulos achavam-se algo inconformados e perplexos... porque ninguém tinha entendido a 2.ª técnica de desiquilíbrio ensaiada pelo mestre. Terão tentado imitá-lo mas sem sucesso... afinal que técnica rara era aquela?...
(isto passou-se nos arredores de Abrantes, com Mestre Correia)
O judoka raramente cai mal. O seu centro de gravidade apoia-se numa superfície de segurança bem construida, dominando desta forma a cultura do equilíbrio. Ele nunca evita cair. Antes pelo contrário. Deixa-se levar suavemente, descontrai os músculos. Depois de planar no ar faz o contrário do gato, vira-se quase de lado. Amortece a queda, oferecendo a maior superfície possível, batendo com os antebraços e com as mãos no chão!
ResponderEliminarAs quedas (ukemi) fazem parte do judo e, como tal, é importante saber-se cair, não só para não magoar como também para se poder ganhar...