Por Vaisali, com 80 anos, Buda andou ainda de porta em porta, esmolando. Depois tomou o caminho de Kusinara, pela orla dum bosque de mangueiras. E chegando à beira dum poço donde uma mulher «intocável» tirava água, pediu-lhe de beber. Recuando espavorida, a mulher exclamou: «Senhor, não vos aproximeis, que sou impura!» Então Buda, imperativo mas com doçura, ordenou:
«Aproxima-te e dá-me de beber. Eu não te perguntei quem tu eras, nem quem era teu pai, nem quem era tua mãe. Pedi-te de beber, porque és minha irmã e eu tenho sede.»
Então pediu que lhe fosse preparado um leito no chão, entre duas árvores. Sobre esse leito de folhagem caíam as flores das salas. E o ribeiro corria no seu leito de calhaus. Como a noite era quente e de luar, alguns aldeões vieram assistir ao Mestre. E o seu espírito cessando de existir, o Perfeito, príncipe dos Sakyas, o Iluminado, entrou no Nirvana.
E junto às portas da cidade, a gente de Kusinara elevou uma pira e sobre ela queimou o seu corpo. (Mahaparinibana-Sutra, texto pali).